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Articulista Natália F. Jonas

Dica Saudável | Vamos falar sobre tinturas?



A fitoterapia é um método de cura milenar, consiste em tratar-se através do reino vegetal. Aqui na Dica Saudável já falamos bastante sobre esse tratamento a base de plantas medicinais. Quando falamos em fitoterapia, estamos nos referindo a qualquer método de tratamento com ingredientes do reino vegetal, seja a partir de tinturas, cataplasmas, chás, emplastos, banhos, temperos ou alimentação, que são conhecidos como medicamentos fitoterápicos. É um estudo que nos encanta e hoje queremos conversar sobre um tipo de medicamento fitoterápico: as tinturas.


Esse método consiste em uma forma de preparação em que se extrai os princípios ativos das plantas medicinais, utilizando-se um meio alcoólico. O álcool funciona como um solvente que possibilita que certas propriedades sejam extraídas da planta e permanecem em sua solução. As tinturas podem ser usufruídas para uso interno, em beneficio do nosso organismo, como a tintura de melissa para acalmar, a mente e o corpo, como também uso externo em cosméticos, como tintura de aveia, para nutrir nossa pele, maior órgão do corpo.


Percebem que são diversas as técnicas e ferramentas que podemos aprender para usufruir do tratamento através das plantas. A fitoterapia é um cuidado gentil do organismo através do reino vegetal que podemos incluir em nossas vidas como melhor nos adaptarmos, de diferentes modos.


De acordo com a caracterização do Ministério da Saúde, “fitoterapia é uma terapêutica caracterizada pela utilização de plantas medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal, cuja abordagem incentiva o desenvolvimento comunitário, a solidariedade e a participação social”.


As plantas estiveram sempre presentes nos remédios do Homem. Ao longo da história, podemos encontrar muitas referências às plantas, que foram e são utilizadas em civilizações e culturas diversas. Plantas medicinais ou suas partes, são aqueles que contenham as substâncias, ou classes de substâncias, responsáveis pela ação terapêutica, após processos de coleta, estabilização e/ou secagem, podendo ser íntegra, rasurada (cortada), triturada ou pulverizada.


Houve um tempo onde a única forma de obter ‘remédios’ era diretamente através dos recursos dados pelo reino vegetal.O conhecimento das ervas, das propriedades de cada planta e de seus usos era principalmente das mulheres, visto que eram elas que cuidavam da terra e por isso passavam a maior parte do tempo em contato com as plantas, raízes, flores e frutos.


Ainda vivemos em solo previlegiado. O Brasil é um dos grandes centros no mundo quando a biodiversidade é considerada, detém 28% do que restam de florestas tropicais do planeta e o maior número (22%) de espécies de plantas superiores. Destas, estima-se que 40% devem conter propriedades terapêuticas (ELISABETSKY e COSTA-CAMPOS, 1996), apesar de que aproximadamente apenas 20% das plantas tenham sido farmacologicamente estudadas (NEWMAN et al., 2003). Uma forma de preservas essa diversidade é conhecendo ela, como trazem benefícios para nos e para o meio como um todo, participando da teia da vida. Essa medicina verde, ecológica como se diz hoje, é tão velha quanto o gênero humano.


Tudo quanto usamos do reino vegetal com o propósito terapêutico de cura, prevenção ou melhoria da saúde é fitoterapia! Na dica saudável de hoje iremos falar sobre uma das formas de usufruir dos benefícios do reino vegetal através das tinturas!



O que é tintura?


A tintura é uma forma de preparação em que se extrai os princípios ativos das plantas medicinais, utilizando-se álcool. Uma forma de conservar essa planta e suas propriedades sob a forma de preparação farmacêutica que estabiliza essa solução em sua própria composição.


As tinturas vegetais são preparadas à temperatura ambiente pela ação do álcool sobre uma erva seca (tintura simples) ou sobre uma mistura de ervas (tintura composta).


São preparadas por solução simples, maceração ou percolação. A tintura simples corresponde a 1/5 do seu peso em erva seca, quer dizer que 200 g de erva seca permitem preparar 1.000 g de tintura. Na maioria das vezes se utiliza um álcool a 60º G.L.

Existem algumas exceções, como as tinturas de materiais resinosos como o tolú, ou drogas ricas em essências ou resinas como o boldo, canela, eucalipto, grindélia, ou ricas em mucilagens como casca de laranja amarga, onde o título do álcool é de 80º G.L.


As drogas muito ativas (heroicas), como o acônito e a beladona são preparadas por percolação com álcool 70º G.L. As tinturas de ópio e noz-vômica são preparadas por simples dissolução do extrato correspondente em um álcool a 70º G.L., obtendo-se um título final de aproximadamente 10% de planta seca.


As tinturas-mãe são definidas como preparações líquidas resultantes da ação dissolvente de um veículo alcoólico sobre o material vegetal. As tinturas-mãe de drogas vegetais são obtidas pela maceração em álcool de diferentes títulos, da planta fresca, da planta fresca estabilizada ou, raramente, da planta seca.


As plantas e os remédios que são feitos a partir delas possuem inúmeras formas, cada qual com seu interesse terapêutico particular, suscetível de se adaptar ao gosto e a necessidade do usuário. Vamos apresentar algumas variedades e seus benefícios em nossa saúde:



AVEIA

Nome científico: Avena sativa L

Nome popular: Aveia-cultivada.

Família: Poaceae.

Parte Utilizada: Partes aéreas, fruto e semente.

Composição Química: ácido silícico, alcalóides, saponinas esteroidais, carotenóides, sais minerais, vitaminas, fitoesteróis, aminoácidos, açúcares, pectina.


A planta cresce aproximadamente 60 a 90 cm de altura, e possui folhas retas, ocas e parecidas com laminas. As flores que contem 2 ou 3 pequenas flores, são encontradas na parte superior da planta. O grão de aveia cresce dentro de 2 cascas que o protegem durante o desenvolvimento.



>> Indicações e Ação Farmacológica


Usada como alimento; ictiose (coceira produzida pela pele seca); redutora dos níveis de lipídios no sangue; na redução da vontade de fumar; tratamento para o reumatismo; depressão; dor neurológica crônica; atonia da bexiga; diarreia, hemorroidas, faringites, laringites, tosse, insônia, nevralgias, ansiedade, arteriosclerose; externamente como um produto emoliente e para limpar a pele.


Os grãos ricos em vitamina B, proteínas, Fe, Ca, hidratos de carbonos de carbono, atuam sobre a formação dos ossos e do sangue. Estimulam a energia física e psíquica e a capacidade de concentração. As fibras facilitam a digestão e regulam o funcionamento dos intestinos. As mucilagens tem a propriedade de desinflamar as mucosas e deter a diarreia. A aveia reduz o teor de gorduras e de açúcar do sangue, auxiliando na arteriosclerose. Devido conter hidratos de carbono que são semelhantes à frutose, que não necessita de insulina para serem metabolizados, é muito utilizada na alimentação de diabéticos. O alcaloide trigomeline é estimulante neuromuscular.


>> Toxicidade/Contraindicações: Não foram encontrados relatos nas literaturas pesquisadas


>> Dosagem e Modo de Usar


Uso interno:

- Tintura: 20 gotas, três vezes ao dia;

- TM: 40 gotas, três vezes ao dia;

- Farinha: 90g ao dia.


Uso externo:

- Extrato glicólico: 5 a 10% em cremes, loções cremosas, hidroalcoólicas ou tônicas, géis, produtos para banho, sabonetes, loção de limpeza, máscaras faciais, preparações capilares, produtos para pele sensível e delicada, e cosméticos em geral. Você pode estar formulando um hidratante personalizado para você junto com esse extrato que nutri e hidrata nossa pele!



ALCACHOFRA

Nome científico: Cynara scolymus L.

Nome popular: Cachofra, alcachofra hortense, carciofo, alcachofra rosa, artischoke.

Família: Asteraceae.

Parte Utilizada. Folhas e talos.

Composição Química: Extrato padronizado em 0,5% de Ácido Clorogênico. Cinarina, sais minerais, ácido cafeico, mucilagem, pectina, tanino, ácidos orgânicos, componentes flavônicos glicosilados, enzimas, vitaminas A, B1, B2, C.


Planta vivaz, provavelmente originária da região do mediterrâneo, considerada durante muito tempo como uma hortaliça rara, é hoje abundante cultivada nas regiões atlânticas com invernos suaves. A alcachofra mede até dois metros de altura, tem um caule forte e suas grandes folhas têm lóbulos e são cinzas esverdeadas. O botão da flor, comestível, tem cor roxo-esverdeada e contem ao seu redor camadas ou brácteas que escondem o miolo da flor.



>> Indicações e Ação Farmacológica


Ajuda na diminuição do colesterol e uréia, digestivo, hepático, hipotensor, antianêmico, diurético, remineralizante, tônico e laxativa.


Outros usos: Ácido úrico, obesidade, diabetes; debilidade geral, clorose, convalescença, dispepsia; hipertensão, hipertireoidismo, toxemia; afecções reumáticas. A cinarina é a principal responsável pela atividade colagoga e colerética, aumentando a secreção biliar O aumento da eficiência metabólica do fígado se deve aos compostos polifenóicos, enquanto que a cinarina abaixa significativamente a taxa de colesterol através de uma estimulação metabólica enzimática, além de possuir propriedades hepatoprotetoras. A alcachofra é usada para casos de hiperlipidemia e ateromatose no interior dos adipócitos. A ação protetora e regeneradora das células hepáticas é obtida pelos flavonóides que estimulam a síntese enzimática básica do metabolismo hepático. Na uremia, a cinarina melhora a excreção da amônia através de um aumento da produção de ácido úrico pelo epitélio renal. A ação diurética auxilia a eliminação de uréia e de substâncias tóxicas decorrentes do metabolismo celular; ação depurativa.


O amargor da cinaropicrina aumenta a secreção gástrica e sua acidez. A alcachofra não dissolve os cálculos biliares, mas diminui as cólicas, exercendo um efeito preventivo em pessoas predispostas a desenvolverem litíase. A oxidase, enzima hidrossolúvel, é provavelmente a responsável pela ação redutora da taxa de glicose sanguínea.


>> Toxicidade/Contraindicações: Não deve ser usado durante a lactação, pois pode reduzir a secreção láctea. Contraindicado para alérgicos à alcachofra, quando há obstrução do canal biliar e em pacientes propensos à fermentação intestinal.


>> Dosagem e Modo de Usar

- Tintura: 5 a 25 mL ao dia;



ALGODOEIRA

Nome científico: Gossypium herbaceum L.

Sinonímia Científica: Gossypium baradense L.

Nome popular: Algodoeiro, alqutum.

Família: Malvaceae.

Parte Utilizada: Raiz e semente.

Composição Química: Essência, tanino, amido e betaína. As sementes contêm 95% de celulose, uma pequena quantidade de substâncias cerácea e graxa, com pequenas quantidades de ácidos palmítico, esteárico, pectínico, etc. As sementes contem aproximadamente 20% de óleo, 20% de matéria protéica, 23% de matéria nitrogenada, 7% de gosipol e fenóis e uma diástase proteolítica.


Arbusto grande, ereto e ramoso de até 4 metros com glândulas potinformes, folhas pecioladas alternas, palmadas, 3 a 5 lobadas, lobos ovados lanceolados, acuminados 5 a 7 nervados de 17 cm de comprimento e 20 cm de largura. flores amarelas, raramente róseas, com manchas purpúreas na base das pétalas. Fruto cápsula longo- mucronada ou aguda com 3 a 5 sulcos longitudinais e com igual número de valvas e lóculos oblongados e elípticos com 7 a 8 sementes obovais, glabas soldadas.


>> Indicações e Ação Farmacológica


Diurética, anti-inflamatória, homeostática, estimulante da cicatrização, galactogogo e anticatarral. É usada em casos de hemorragias uterinas, dores nas articulações, furúnculos, helmintíases, tosses catarrais, dismenorreia, amenorreia e em lactantes para aumentar a produção de leite.


As fibras das sementes, convenientemente limpas e desengorduradas, são altamente hidrófilas. O extrato das sementes estimula a produção de leite em lactantes. A diástase proteolítica do óleo é anti-helmíntica, atuando no intestino.


>> Toxicidade/Contraindicações :Não é recomendado o uso durante a gestação. Pode causar Infertilidade masculina.


>> Dosagem e Modo de Usar

- Tintura: 20 gotas diluídas em água, tomar três vezes ao dia;



ALECRIM

Nome científico: Rosmarinus officinalis L.

Nome popular: Alecrim, alecrinzeiro, romero, rosmarinho, rosemary, rosmarin, rose marin, incensier, rosmarinho, romerino, erva da graça, flor do olimpo, rosa-marinha, Kranzenkraut.

Família: Labitae Parte Utilizada: Folhas, flores e óleo essencial.

Composição Química: Óleo essencial composto principalmente por hidrocarbonetos tais como: pineno, camfeno, limoneno, cânfora, borneol, cineol, linalool, e verbinol. Flavonóides: diosmetina, diosmina, genkwanina, luteolina, hispidulina e apige nina. Outros 3 flavonóides glucurônicos nas folhas. Ácidos triterpênicos: ácidos oleanólico e ursólico e diterpeno carnosol; Diterpenos fenólicos: ácidos cafeico, clorogénico, labiático, neoclorogênico e rosmarínico. Quantidades elevadas de salicilatos. Possuem também saponina, traços de alcalóides, princípios amargos, taninos.


Pequena planta de porte subarbustivo lenhoso, ereto, pouco ramificado, de até 1,5 m de altura. Folhas lineares coriáceas e muito aromáticas, medindo 1,5 a 4 cm de comprimento por 1 a 3 mm de espessura. Flores azulado-claras, pequenas de aroma forte muito agradável. Nativa da região mediterrânea, e cultivada em quase todos os países de clima temperado esta planta é amplamente distribuída por todo o mundo, devido principalmente aos seus usos culinários, medicinais e comerciais, incluindo nas indústrias de fragrâncias e de alimentos.


>> Indicações e Ação Farmacológica:


Suas ações são relacionadas geralmente na atividade de seu óleo essencial e seus compostos fenólicos antioxidante. Apresenta propriedade analgésica, espasmolítica, antiinflamatória, antifúngica e possível antineoplásica, bem como atividade antimicrobiana contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. Também pode reverter dores de cabeça, reduzir o estresse, e ser benéfico no tratamento da asma e da bronquite. Externamente atua como estimulante do couro cabeludo e tem ainda ação anticaspa e previne a queda de cabelo. Podendo estar sendo adicionado a seu shampoo e condicionador para usufruir de seus benefícios. O outro grande uso de alecrim é na indústria de perfumaria, onde os óleos essenciais são utilizados como ingredientes naturais de fragrâncias. Estudos clínicos in vivo e in vitro demostraram os efeitos de Rosmarinus como inibidor da morte celular neuronal induzida por uma variedade de agentes, o potencial terapêutico dos compostos para a doença de Alzheimer abrangem vários alvos farmacológicos da doença. Além disso, tem é estimulando da concentração, sendo ótimo em ambientes de estudo e trabalho.


>> Toxicidade/Contraindicações: O alecrim é contraindicado em caso de gravidez, problemas da próstata e gastroenterite. Seu óleo essencial pode causar eritema e causar dermatite em indivíduos sensíveis. Não é indicado em altas doses por via oral, pois é abortivo. A ingestão de doses elevadas provocam irritações gastrintestinais e nefrite. E seu uso deve ser evitado durante a noite, pois pode alterar o sono.


>> Dosagem e Modo de Usar

-Tintura: 5 a 20 ml ao dia.



AMORA NEGRA

Nome científico: Morus nigra L.

Nome popular: Amoreira, amoreira negra, amora preta, amora-silva, amora-miúra.

Família: Moraceae.

Parte Utilizada: Folhas e caule.

Composição Química: Flavonóides, dentre eles a rutina; ácido ascórbico, ácidos graxos, ácido málico, aminoácidos, caroteno, frutose, glicose, sais minerais, taninos e triterpenos.


Amoreira é uma árvore que apresenta as folhas alternas, bastante adstringentes, pecioladas, cordiformes, agudas, dentadas, pubescentes e ásperas, mostrando na base do pecíolo duas estípulas opostas, lanceoladas e pubescentes, além de se constituir alimento para o Bicho da Seda. As flores são dispostas em amentilhos densos. O fruto é adstringente e quando maduros apresentam a cor preta e são comestíveis, oferecendo uma ótima geléia e constitui de matéria-prima para o preparo do xarope de Amoras. M. nigra L. é originária do Sudoeste Asiático é encontrada em diferentes regiões do Brasil.


>> Indicações e Ação Farmacológica


As propriedades terapêuticas da M. nigra L. são: anti-inflamatória, adstringente, antioxidante, cicatrizante, expectorante, emoliente, diurética e para outros fins como reposição hormonal. Chá das folhas de amoreira (Morus nigra L), por exemplo, é utilizado para aliviar sintomas do climatério, o que pode estar relacionado à presença de constituintes flavonoídicos, especialmente as isoflavonas. As isoflavonas glicosiladas são hidrolisadas no intestino por glicosidases intestinais, liberando agliconas como, por exemplo, daidzeína, genisteína e gliciteína, que são formas biologicamente ativas e se comportam como estrógenos na maioria dos sistemas biológicos.


Estudo clínico randomizado realizado com a participação de 10 indivíduos do sexo feminino com faixa etária entre 32 e 61 anos que faziam uso do chá de amoreira para prevenir ou controlar os sintomas do climatério, resultaram na confirmação da utilização do chá de M. nigra na terapêutica, apresentando um alto consenso de informação. Foram investigados a atividades anticândida in vitro dos extratos aquoso e metanólico dos frutos de M. nigra, coletados na região de Erzincan (Turquia), os resultados mostraram atividade antifúngica para C. albicans, C. parapsilosis, C.tropicalis e Geotricum candidum. Outra substância isolada desta planta, o ácido elágico, possui funções anti-mutagência, anticancerígena, anti-inflamatória além de ser um potente inibidor da indução de vários tipos de câncer.


>> Toxicidade/Contraindicações Nas literaturas consultadas não há relato de intoxicação. É contra indicado o uso para os casos de gastrite e úlcera gastrintestinal.


>> Dosagem e Modo de Usar

- Tintura: 50-100 gotas uma a três vezes ao dia.



BARDANA

Nome científico: Artctium lappa L.

Sinonímia científica: Arctium chaorum Klokov e Lappa major Gaernt.

Nome popular: Bardana, bardana maior, pegamassa, baldrana, carrapicho de carneiro, carrapicho grande, erva-dos-pega-massos, erva-dos-tinhosos, gobô, labaca, lapa, orelha-degigante, pega-nossa, pegamassa, pegamasso, pegamoço, pejamaço, perga-masso.

Família: Compositae (Asteraceae).

Parte Utilizada: Folha fresca, raiz e semente.

Composição Química: Óleo essencial (Arctiol) com 45% de inulina; taninos; mucilagens; resina; polifenóis; ácidos graxos; sais minerais, carbonato e nitrato de potássio; composto antibiótico (semelhante à penicilina); um glicosídeo denominado lapina; fitosteróis (sitosterol e estigmasterol); ácidos orgânicos.


A bardana é originária da Europa, faz parte da medicina tradicional chinesa e uma planta perene comestível da família Compositae. Também tem sido utilizada terapeuticamente na Europa, América do Norte e na Ásia durante centenas de anos. A Bardana pode crescer de 50 cm a 2 m de altura e produz um caule robusto, com folhas grandes, de coloração verde na página superior e acinzentada na inferior. As flores, de cor rosa-púrpura, surgem agrupadas em inflorescências (corimbos), os frutos (aquênios) são castanho-avermelhados e a raiz é comprida e carnuda. As raízes e sementes possuem sabor adocicado.


>>Indicações e Ação Farmacológica


Antidispéptico, diurético e anti-inflamatório, furunculoses, abcessos, dermatoses purulentas, acne, eczemas, gota, reumatismo, amigdalite, dor de garganta, artrite, erupções cutâneas, e vários problemas de pele, sudorífico, purificador do sangue e auxiliar no tratamento de diabetes.


Uso Externo para caspa, seborreia, queda de cabelo, ulcerações e picadas de insetos. A principal indicação terapêutica da bardana é em doenças crônicas da pele. Sua ação sobre as afecções da pele pode ser explicada pela presença de um principio ativo antibiótico eficiente sobre bactérias Gram positivas como estafilococos e estreptococos, sendo muito ativo em afecções do tipo furunculose e acne; permitindo a cicatrização de muitas feridas e ulcerações. Tem ação fungicida, sendo eficiente para tratamentos de afecções no trato genital. Possui também propriedades diuréticas e sudoríficas auxiliando em processos reumáticos e gotosos, além de auxiliar a eliminação de ácido úrico. Apresenta também uma marcante ação depuradora de sangue. Aumenta a secreção biliar e hepática hipoglicemiante. Devido à sua capacidade de neutralizar venenos, é utilizada para acalmar a dor e a tumefação produzidas por picadas de insetos como da aranha.


>> Toxicidade/Contraindicações Pode causar irritação dérmica e ocular. Seu uso não é recomendado para produtos infantis. Doses excessivas podem interferir na terapia com hipoglicemiantes. Deve ser evitado o uso durante a gravidez e lactação.


>>Dosagem e Modo de Usar


Uso interno:

- Tintura: 5 a 10 mL três vezes ao dia.


Uso externo:

- Tintura: compressas locais.



CALENDULA

Nome científico: Calendula officinalis L.

Sinonímia científica: Caltha vulgaris B.; Caltha officinalis M.; Calendula prolifera H. ex Steud.

Nome popular: bem me quer, caléndula, calendula-hortense, malmequer, maravilha dos Jardins.

Família: Asteraceae (Compositae).

Parte Utilizada: Flor.

Composição Química: Óleo Essencial, abundante em monoterpenos e sesquiterpenos oxigenados: carvona, geranilacetona, mentona, isomentona, cariofileno, alfa e betaiononas, pedunculatina, dihidroasctinidiólido; Saponinas: calendulosídeo A, D, D2 e F; Carotenóides: calendulina, caroteno, licopeno, rubixantina, violaxantina e zeína; Flavonóides: derivados do quercetol e do isorramnetol; Álcoois Triterpênicos Pentacíclios: arnidiol, faradiol, ácido faradiol-3- mirístico,lupol, taraxasterol, ácido faradiol-3-palmítico; Polissacarídeos: ramnoarabino-glactano e arabinogalactanos; Ácido Málico; Mucilagens; Resina; Goma (calendulina); Taninos; Poliacetilenos; Esteróis: sitosterol, estigmasterol, isofucosterol, campesterol; Ácido Salicílico


A Calendula officinalis L. pertence à família Asteraceae, é uma planta herbácea, nativa em toda região do Mediterrâneo, e cultivada em toda a Europa, onde floresce quase o ano todo, sendo comum encontrá-la em jardins como planta ornamental. Temperaturas noturnas muito elevadas diminuem o tamanho das flores. É muito sensível à falta de água nos períodos de estiagem, o que acarreta um comprometimento da sua produtividade; daí a necessidade de sistemas de irrigação na área de plantio. A calêndula se desenvolve melhor e é mais produtiva quando cultivada no inverno, sendo inclusive resistente a geadas leves. É extensamente utilizada pelas indústrias farmacêutica, cosmética e alimentícia e pela população em geral por causa das suas atividades anti-inflamatória e antiedematosa.


>> Indicações e Ação Farmacológica


Atualmente, a Calêndula é indicada quase que totalmente ao uso tópico: no tratamento da acne, irritações cutâneas, queimaduras superficiais, contusões, picadas de insetos, no tratamento de feridas purulentas e de difícil cicatrização, na prevenção de assaduras nas crianças, nas dermatites esfoliativas, no tratamento de furúnculos e nas gengivites.


O uso interno da Calêndula é restrito à regulação de menstruações irregulares, como estimulante da atividade hepática e biliar, servindo como atenuador de espasmos gástricos e intestinais e o uso popular em parasitoses. Em Homeopatia é um dos mais poderosos vulnerários, e seu poder sobre a cicatrização das feridas com a menor produção de pus possível, tem sido demonstrada por profissionais da área, dentre outras indicações. Seu uso mais difundido está relacionado com sua atividade reepitelizante e cicatrizante, onde atuaria em conjunto com as mucilagens, flavonóides (em especial a quercetin-3-Oglicosídeo), triterpenos e carotenos. Esta atividade ativaria o metabolismo das glicoproteínas e o tecido colágeno. Os unguentos de extratos florais de Calêndula a 5% em combinação com alantoína promovem uma marcante epitelização em modelos de feridas experimentais em ratos, mostrando neste estudo uma maior intensidade no metabolismo de glicoproteínas, nucleoproteínas e fibras colágenas durante o período regenerativo tissular.


Investigações recentes feitas na Grã Bretanha sugeriram um papel indutor da microvascularização dos extratos aquosos das flores de Calêndula aplicados sobre feridas de pele, contribuindo assim para uma cicatrização mais rápida. Investigadores russos demonstraram que preparados estéreis a base de extratos de Calêndula aliviavam significativamente sinais de conjuntivite crônica e outras inflamações crônicas oculares em ratos. Também foi comprovada a sua eficácia nos casos de otites crônicas.


O óleo essencial tem demonstrado possuir propriedades antissépticas, em especial frente ao Staphilococcus aureus e Streptococcus fecalils; nematicida frente ao Meloidogyne incognita e parasiticida frente ao Trichommonas vaginalis. Juntamente com os flavonóides, o óleo essencial exerce uma atividade colerética na vesícula biliar. Os flavonóides também promovem uma facilitadora atividade estrogênica, facilitadora da regulação menstrual (sinergizada pelos fitosteróis e óleo essencial), assim como também uma ação antiinflamatória e antiedematosa, junto aos esteróis. A Calêndula demonstrou também ser útil externamente nos casos de periodontopatias. A fração polissacarídica (derivada do grupo dos heteroglicanos) tem evidenciado uma interessante atividade imunoestimuladora in vitro.


>> Toxicidade/Contraindicações


É uma planta de baixa toxicidade. Em doses elevadas pode provocar náuseas e depressões. A planta pode quando fresca promover dermatite de contato. As provas de toxicidade aguda e crônica em animais determinaram que doses superiores a 50 mg/kg de extrato de Calêndula não provocaram modificações histopatológicas nem sintomas de toxicidade.


Não se recomenda o uso oral de calêndula durante a amamentação até que existam dados suficientes que provem sua inocuidade.


>> Dosagem e Modo de Usar


Uso interno

- Tintura: 20 a 40 gotas três vezes ao dia;


Uso externo

- Tintura: usar sobre a forma de compressa.



ECHINACEA PURPUREA

Nome científico: Echinacea purpúrea (L.) Moench.

Sinonímia Científica: Rudbeckia purpúrea L.

Nome popular: Flor-roxa-cônica,cometa-roxo,equinacea, coneflower. Família: Asteracae ou Compositae.

Parte Utilizada. Raiz e rizoma.

Composição Química: Compostos terpenoides: óleo essencial: borneol, bornilacelato, germacreno, cariofileno epocido, D-cariofileno e ácido palmítico; compostos fenólicos: fenilpropanoides derivados do ácido cafeico, ácido chicórico, ácido caftárico e ácido clorogénico; Flavonoides: nicotiflorina (campferol-3-O-rutósido) e rutina, quercetina, kaempferol, glicósidos; polissacáridos: 4-Ometilglucuroarabioxilano, ramnoarabinogalactano acídico, xiloglucano; e compostos azotados.


O género Echinacea pertence à família das Asteracae ou Compositae, um grupo de plantas pratenses, silvestres e perenes, nativas da América do Norte, cujas principais características são as raízes aprumadas, cilíndricas, estriadas longitudinalmente, que desprendem odor aromático e sabor adocicado provocando um discreto adormecimento na língua. A planta apresenta uma altura aproximada de 100 cm, folhas ásperas, lanceoladas, de cor verde intenso e escapo com inflorescência solitária em capítulo, com sensivelmente 20 flores liguladas na periferia e tubulosas ao centro, formado um disco cónico, que aparenta um “ouriço-do-mar”, em grego “echinos”, do qual deriva o nome botânico Echinacea. Florescem desde meados do verão até ao princípio do outono. As flores são de diversas cores, variando de rosa a um púrpura denso, e os frutos são aquénios tetragonais. A planta apresenta diversos compostos ativos e o sinergismo destes são os responsáveis por sua atividade farmacológica.


>> Indicações e Ação Farmacológica


Está indicada principalmente nas infecções do trato respiratório, urinário, abcessos, ulceras, furúnculos, carbúnculos e gripes; por apresentar atividades tais como: Antifúngica, antibacteriana, antiviral, antioxidante, anti-inflamatória anticancerígena, antigripal.


Ação imunomoduladora: Uma das formas de imunomodulação pela EP ocorre através da estimulação de células “natural killer” componentes do sistema complemento e macrófagos, que desempenham um papel fundamental na defesa do organismo, através da fagocitose, geração de radicais livres, mediação de processos inflamatórios e secreção de uma variedade de substâncias bioquimicamente diferentes, como enzimas, citoquinas anti e pro-inflamatórias, tais como o fator de necrose tumoral α (TNF-α), e outras substâncias como o óxido nítrico e espécies reativas do oxigénio, o que aumenta a capacidade para diminuir tumores e eliminar bactérias e fungos, em condições in vitro.


Ação antiviral: Estudos in vivo demonstrou-se que os extratos aquosos e etanólicos de EP, apresentam atividade antiviral potente contra o vírus Influeza A, Herpes simplex e coronavírus, tendo manifestado ser menos eficaz contra vírus intracelulares, pois a própria célula funciona como barreira. No entanto, atua sobre as partículas virais que se distribuem pelos fluidos extracelulares, alterando o percurso da infeção por modulação das citoquinas e não por atuação diretamente sobre o vírus. Numa outra investigação com EP em concentrações recomendadas para administração oral, apresentou-se um grande potencial na interrupção da propagação das diferentes estirpes do vírus influenza, incluindo as estirpes sazonais, as estirpes aviarias altamente patogénicas, bem como, a estirpe pandémica de origem suína. Estudos in vitro as culturas celulares infetadas com Influenza A, na presença de EP, resultaram em culturas não resistentes ao composto, deste modo pensa-se que o uso continuado da EP irá originar muito menos resistências que qualquer outro medicamento antiviral.


Ação antioxidante: Estudos sugerem que, a tintura de Equinácea apresenta um maior poder antioxidante relativo às tinturas de Ginkgo e Ginseng. O ácido chicórico o fenol em maior quantidade presente em equinácea apresenta uma grande capacidade captadora de radicais livres, embora se considere que todos os compostos atuem em sinergia. Segundo uma investigação realizada em 2014, sobre um modelo de colite induzido por ácido acético, a EP tinha efeito protetor da mucosa, devido ao poder antioxidante do ácido cafeico e equinacósido. Neste estudo é reportado o sucesso da administração de EP em crianças com mucosite, como efeito adverso da quimioterapia.


Ação antibacteriana: Estudos comprovaram que a EP inativou as bactérias: Streptococcus pyogenes, Haemophilus influenzae e Legionella pneumophila e inverteu completamente a suas respostas pró-inflamatórias celulares. São bactérias responsáveis por infecções pulmonares graves, dor de garganta, otites, bronquites e pneumonias.


Ação anti-inflamatória e anticancerígena: Esta planta também apresenta características antitumorais. O extrato etanólico 50 % obtido a partir das flores e o composto ativo, ácido chicórico, induz citotoxicidade em linhas de células tumorais do cólon HCT-116 e Caco-2. Demonstrou também aumentar os níveis da enzima properdina, no organismo, cuja atividade está diretamente relacionada com a ação anticancerígena.



>> Toxicidade/Contraindicações Está contraindicado para pacientes portadores de doenças crônicas como tuberculose, leucose, colagenose, esclerose múltipla, pacientes com vírus HIV positivo, e pacientes em tratamento com imunossupressores.


>> Dosagem e Modo de Usar


-Tintura: 0,5 a 1,5ml ao dia



ERVA BALEEIRA


Nome científico: Cordia verbenácea

Sinonímia Científica: C.curassavica(Jacq.) Roem.&Schult; Varonia curassavica.

Nome popular: catinga de barão, cordia, erva balieira, balieira cambará, erva preta, maria milagrosa, maria preta,salicinia, catinga preta, maria rezadeira, camarinha,camaramoneira do brejo. Família: Boraginaceae Parte Utilizada: Folhas Composição Química: Óleos essenciais, alfa-humuleno, Flavonóides, Alantoína, Artemetina e Açucares.


É uma planta nativa em quase todo Brasil principalmente no litoral, comum também na floresta tropical atlântica. É um arbusto ereto, perene, muito ramificado, aromático, com a extremidade dos ramos pendente e hastes revestidas por casca fibrosa, com altura de 1,5-2,5 metros em média. Suas folhas são simples, alternas, coriáceas, aromáticas, medindo de 5-9 cm de comprimento. Possui flores pequenas brancas, dispostas em inflorescências racemosas terminais de 10-15 cm de comprimento. Ocorre em abundância em solos arenosos e em áreas de restinga.


>> Indicações e Ação Farmacológica


Dores musculares, nevralgias, contusões, tendinites, Reumatismos, artrite reumatoide, Gota, Problemas gastrointestinais. Em avaliaçaõ da atividade antinflamatoria e das propriedades antialérgica das substancias extraídas das folhas de Cordia verbenácea em animais, mostraram redução do edema e outros efeitos associados à inflamação. Inibiu atividades mieloperoxidase, bradiquinina, substância P, da histamina e do fator de ativação de plaquetas. Estudos com os componentes sesquitérpenicos alfa humuleno e trans - cariofileno demonstraram um redução da produção do fator de necrose de tumor TFNα,da interleucina IL-1β,da prostaglandina PGE2, do oxido nítrico sintase, da cicloxigenase cox -2. Os transcariofilenos também exerce efeito semelhante, mas não inibe a interleucina IL-1β. A Substância humuleno encontrada no óleo essencial de Cordia verbenácea apresenta atividade antinflamatória em alergias respiratória reduzindo os mediadores da inflamação, da expressão de moléculas de adesão e de ativação de fatores de transcrição (INFy, IL5,CCL11,NF-kB).


>> Toxicidade/Contraindicações Sem toxicidade nas doses recomendadas.


>> Dosagem e Modo de Usar


- Tintura: 30 gotas 2 vezes ao dia;



ESPINHEIRA SANTA


Nome científico: Maytenus ilicifolia Martius. Sinonímia científica: Maytenus buchananni Loes.

Nome popular: Espinheira Santa, Cancrosa, Cancerosa, Cominho-do-campo, Espinho-dedeus, no Brasil; Congorosa e Cangorosa, no Paraguai; Mayten, no Chile; Sombra de Toro, Salva-vidas, Quebrachillo e pus pus, na Argentina.

Família: Celastraceae.

Parte Utilizada: Folha e caule.

Composição Química: Alcalóides: maitanprina, maitansina, maitanbutina e cafeína; Terpenos: maitenina, tingenona e isotenginona III, congorosina A e B, ácido maitenóico, ácido salasperônico, friedelina e friedelinol; flavonóides; leucoantocianidinas; ácido clorogênico; delta-amirina; taninos; traços de sais minerais e oligoelementos.


Árvore de pequeno porte ou arbusto grande, crescendo ate no máximo 5 metros de altura, dotada de copa arredondada e densa, nativo de regiões de altitude do sul do Brasil. Folhas coriáceas e brilhantes, com margens providas de espinhos pouco rígidos. Flores pequenas de cor amarelada. Os frutos são capsulas oblongas, deiscentes, de cor vermelha, contendo 1 a 2 sementes de cor preta.


>> Indicações e Ação Farmacológica


É indicada principalmente nas úlceras gástricas, gastralgias e dispepsias. É usada também como antiasmática, contraceptiva e antitumoral. Grande parte dos estudos realizados com a Espinheira Santa foram realizados no Brasil. Um dos primeiros estudos mostrou que a maitenina apresenta atividade antibacteriana in vitro frente às bactérias Gram positivas, tais como: o Bacillus subtilis, Stafilococcus aureus e Streptococcus spp. Na Argentina também se constatou esses resultados. A maitenina também apresentou atividade inibitória de sarcomas em experimentos realizados. Quando estas provas foram ensaiadas em pacientes com distintas patologias neoplásicas avançadas resistentes à quimioterapia, puderam observar resultados positivos empregandose doses de 150 mcg/kg diárias em carcinomas epidermoides nas amídalas, na base da língua e na faringe. Em todos os casos, a redução das lesões foi entre 40 e 60% durante o período do experimento, não se observando toxicidade gastrintestinal e nem alterações hematológicas. Cinco anos mais tarde, pôde-se constatar a atividade antitumoral do alcalóide maitansina.


Essa substância exerce uma ação através da interferência na síntese da tubulina, uma proteína que intervém na síntese dos microtúbulos, necessários para o funcionamento correto das organelas da célula tumoral. Também se sabem de sua atividade citotóxica nas células Leuk-P 388, CA-9KB e V79. Experimentos realizados na Escola Paulista de Medicina (Unifesp) demonstraram o efeito antiulcerogênico das infusões de Maytenus ilicifolia e Maytenus aquifolium, administrados via intraperitoneal e oral em ratas com úlcera gástrica induzida por indometacina e por situações de stress físico. Finalmente, já foi comprovado o efeito tranquilizante, além de potencializar o efeito dos barbitúricos sobre ratas com extrato aquoso, em doses de 170 mg/kg


>> Toxicidade/Contraindicações


De acordo com as investigações feitas pela Escola paulista de Medicina (Unifesp), Espinheira Santa não apresenta efeitos tóxicos nem teratogênicos em animais de laboratório tanto em administração crônica ou aguda. Somente na administração intraperitoneal, observaram-se alguns efeitos sobre o SNC, como um estado depressivo gerais. Porém a maitenina provocou alguns quadros de dermatites localizadas quando administrada via intradérmica. É contraindicado o uso durante a gravidez e na lactação.


>> Dosagem e Modo de Usar


- Tintura: 5 a10 mL, três vezes ao dia, diluídos em meio copo de água;



GYMNENA

Nome científico: Gymnema sylvestre R. Br.

Sinonímia científica: Gymnena geminatum R. Br., Gymnena melicida Edgew.

Nome popular: Gimena, em português; Periploca of de woods, em inglês; Waldschlinge, na Alemanha; Gumar, Gurmar, Merasing, na Índia.

Família: Asclepiadaceae. Parte Utilizada: Folhas e Caule.

Composição Química: Extrato seco padronizado em 75% de Ácido gimêmico; estigmasterol, quercitol; saponinas e gymnemagenin; Ácidos orgânicos: ácidos butírico, fórmico e tartárico; Minerais: alumínio, cálcio, fósforo, magnésio, potássio, sódio; Fitosteróis; Substâncias nitrogenadas: betaína, adenina, trimetilamina; Derivados antraquinônicos. Existe também em sua constituição um principio ativo albuminoso, neutro e amargo


Gymnema sylvestre, uma erva medicinal dicotiledónea pertencente à família Asclepiadaceae, é uma trepadeira lenhosa encontrada na África tropical, Austrália, central e sul da Índia e da China. Gymnema é conhecida por ter efeitos antimicrobianos, anti-hipercolesterolémicos, e hepatoprotetores, e em especial, efeitos sobre a obesidade e diabetes mellitus.


>> Indicações e Ação Farmacológica


Tem ação adstringente, estomáquica, tônica e refrescante. Tem também ação estimulante sobre a produção de insulina e ação diurética. Mais recentemente, o seu uso tem sido experimentado no tratamento da obesidade, por seu efeito redutor do sabor doce, que dura de 1 a 2 horas, não interferindo na sensação de outros sabores como o salgado, o ácido e o adstringente. As folhas apresentam uma atividade diurética e laxante moderada, devido à presença de flavonóides e antraquinonas.


>> Toxicidade/Contraindicações A planta nas doses indicadas é bem tolerada. A administração de extratos de Gymnema na dieta de ratos não produziu qualquer alteração nos níveis de pressão sanguínea de animais. Está contraindicado em gestantes e lactantes devido à ausência de estudos que comprovem a segurança do produto. De igual modo a administração em crianças e idosos diabéticos recomenda-se consultar um médico.


>> Dosagem e Modo de Usar


- Tintura: Spray 20%, borrifar duas vezes quando sentir vontade de comer doce; ou 10 a 20 mL ao dia.



HYPERICUM PERFORIATEEM

Nome científico: Hypericum perforatum L.

Sinonímia científica: Hypericum natitscheranicum Grissh.

Nome popular: Hipérico, hipericão, milfurada, erva de são joão, ibitipoca, hipérico verdadeiro. Família: Hypericaceae.

Parte Utilizada: Planta inteira.

Composição Química: Óleo essencial, taninos, resinas, pectinas, glicosídeos (hipericina – corante vermelho), flavonoides (hiperosídeo, quercitina, rutina, quercitrina), catequinas, fitosterois (β-sitosterol), vitaminas C e P, carotenos, diurético suave, colagogo, princípios amargos e vitamina C.


Característico de lugares sombrios é um arbusto perene que atinge até 80 cm de altura. Cresce em toda Europa e Ásia, expontaneamente, e é considerada planta daninha. Está aclimatada no Brasil e em outros países da América e na Austrália. As flores amarelo-douradas que são usadas para fins medicinais devem ser colhidas logo que desabrocham, juntamente com as folhas. Na Idade Média acreditava-se que o hipérico teria o poder de expulsar maus espíritos e o azar, purificando o ar. É conhecida na Europa como planta mágica, entra na composição de defumadores de ambientes, com a suposta finalidade de espantar maus fluídos.


>> Indicações e Ação Farmacológica


O Hipérico está indicado para o tratamento de pacientes afligidos por depressão leve a moderadamente severa e desordens psico-vegetativas acompanhadas de ansiedade. Nos testes clínicos de duplo desconhecimento utilizando o Hipérico, comparado a um grupo placebo, observou-se, primeiramente, para a droga verdadeira, melhoria significativas nos problemas vegetativos relacionados à depressão, tais como distúrbios do sono, exaustão, dores musculares, cefaléia e consciência cardíaca e posteriormente, alívio dos sintomas subjetivos específicos, como melancolia, sentimento de culpa e ansiedade. Hipérico, ao contrário do que ocorre na utilização da maioria dos agentes antidepressivos, não apresentam distúrbios na capacidade de concentração, na coordenação motora, na memória e na reatividade frente a estímulos neurossensoriais. Isto sugere que não apenas está isento de efeitos sedativos, como ainda atenua os problemas de atenção e reação que normalmente compõem o quadro depressivo. Também tem ação adstringente, antidiarreico, anti-inflamatório, vulnerário, diurético leve, colagogo, cicatrizante, antisséptico e vermífugo.


>> Toxicidade/Contraindicações Hipérico é contraindicado em pacientes diabéticos, na gravidez e lactação, e também em crianças com idade inferior a 12 anos até que se obtenha dados confiáveis da segurança nestes períodos. É incompatível com alimentos e plantas que contenham tiramina (a associação pode produzir elevação da pressão arterial). Não é recomendado para pacientes com depressão crônica.


>> Dosagem e Modo de Usar


- Tintura: 3-4 colheres ao dia.



MALVA


Nome cientifico:Malva sylvestris L. . 1.2

Sinonímia científica

Malva grossheimii Iljin e Malva erecta J.

Família: Malvaceae Juss.

Nome popular: malva, malva cheirosa.

Partes utilizada: folhas e flores.

Composição química: Várias classes de terpenóides, incluindo monoterpenos, diterpenos, sesquiterpenos e nor-terpenos, foram encontrados na M. sylvestris . O extrato aquoso de folhas frescas revelaram a presença de linalol, ácido linalol-1-óico, (6R, 7E, 9S)-9-hidroxi-4,7- megastigmadien-3-ona, (3S, 5R, 6S, 7E, 9R)-5,6-epoxi-3,9-dihidroxi-7-megastigmene, blumenol A, (3R, 7E)-3-hidroxi-5,7-megastigmadien-9-ona, (+)- dehidrovomifoliol, (3S, 5R, 6R, 7E, 9R)-3,5,6,9-tetrahidroxi-7-megastigmene e (6E, 8S, 10E, 14R)-3,7,11,15- tetrametilhexadeca 1,6,10-trien-3,8,14,15-tetraol (37). No óleo de semente, o principal terpeno presente é o terpineol, e nas folhas, flores e frutos imaturos, são os carotenoides que estão presentes . Dentre estas substâncias, malvona A (2-metil-3-metoxi-5,6-di-hidroxi-1,4- naftoquinona) destaca-se devido à sua resistência contra o agente patogênico Verticillium dahliae; é, portanto, considerado um importante agente antimicrobiano .


A Malva sylvestris é uma planta natural na Europa, Norte da África e da Ásia . Segundo Mustafa e Ali , é nativa da Europa, principalmente na Itália; distribuída na Ásia Ocidental, América do Norte, Himalaia ocidental temperado de Kashmir a Kumaon entre 700 e 2700 m, sul da Índia, Sibéria, Austrália e China. No Brasil, não foram encontrados relatos sobre a distribuição desta espécie de Malva.


A planta inteira exibe propriedades terapêuticas, mas, em geral, os efeitos farmacológicos da malva são atribuídos às folhas e flores, principalmente devido à presença de alguns flavonoides e mucilagens nestas partes.


>> Indicações e Ação Farmacológica


Malva apresenta propriedades anti-inflamatórias e descongestionantes das vias respiratórias superiores. Devido à riqueza em mucilagens, protege os tecidos inflamados e irritados, tem ação emoliente, favorecendo a cicatrização e recuperação. Sendo indicada para uso em cosmético, para nutrir e proteger nossa pele.


A tintura de malva-cheirosa é usada no Brasil, para enxague bucal, com especial efeito curativo em gengivites, aftas e outras moléstias da boca e sua mucosa (o medicamento Malvona, que você pode comprar em qualquer farmácia, é feito à base de malva-cheirosa). Também é muito usada em dores de garganta resultantes de qualquer inflamação localizada nessa região (faringite, laringite, amigdalite).


É muito utilizada na medicina popular no tratamento de dores do trato genital, dermatites, pele inflamada, ferimentos, queimaduras, problemas de estômago, diarreia, reumatismo, hemorroida, constipação, tosse, dor de garganta, as amígdalas, bexiga e acne. Na forma de tintura ou pomada indicasse aplicação tópica ou oral no tratamento doenças como cistite, ardência, feridas infeccionadas e como diurético.


Indicações para uso interno

Sistema Gastrointestinal: na prisão de ventre com fezes ressecadas, gastrites, enterite, duodenite, colite, esplenite, dor de estômago, úlceras e nas hemorroidas.

Sistema Urinário e Genital: em infecção urinária, disúria, polaciúria, hematúria, cólicas menstruais, vaginite, doenças venéreas, cistite e libera edemas (inchaços) ao promover a micção.

Sistema Hepático: para colecistite.

Sistema Respiratório: na tosse com (ou sem) catarro amarelo, enfisema, tuberculose, asma e também em bronquite.

Sistema Cardíaco, Sanguíneo e Circulatório: em casos de gota, anemia, angina,

Sistema Imunológico, Nervoso e Linfático: para epilepsia, resfriado e gripes,

Sistema Musculoesquelético e Conjuntivo: para artrite, dores nas costas,

Sistema Renal: na litíase renal (cálculos).

Outros distúrbios: para obesidade, inflamações, mastite, lactação insuficiente (oligogalactia), câncer de mama, câncer de pescoço, câncer de pênis, câncer de estômago, câncer de útero, na dor de ouvido e na tonsilite.


Indicações para uso externo

Pele e unhas: é um calmante da pele em acnes, furúnculos e erupções da pele, dermatoses e picadas de insetos, feridas, aftas e promove a hidratação suave da pele,

Cavidade bucal: para problemas de laringe e faringe (bochechos com infusão), para inflamações da boca e garganta, tonsilite e também para limpeza bucal.

Músculos, ossos e articulações: na artrite.

Outros distúrbios: nas hemorroidas, inflamação das mucosas e em inflamações.



MARACUJA

Nome científico: Passiflora alata Dryand; Passiflora edulis Sims.

Sinonímia Científica: N/A Nome popular: Passiflora alata D.: Maracujá doce, maracujá de refresco, maracujá grande, maracujá alado, maracujá guaço e maracujá de comer. Passiflora edulis S.: Maracujá ácido, maracujá azedo, maracujá peroba.

Família: Passifloraceae.

Parte Utilizada: Folhas.

Composição Química: Alcaloides: harmana, harmalina, harmol, rarmalol. Flavonoides: aspergina, vitexina, saponarretina, apigenina, orientina. Glicosídeos cianogênicos: passiflorina, ginocardina. Fração de esteroides: sitosterol, estigmasterol. Saponina, gomas, taninos, pigmentos, pectinas, serotonina, resinas, ácido licânico e ácido parinário.


O termo do maracujá é usado para muitas das 400 espécies do gênero Passiflora, que são primariamente plantas videiras trepadeiras, todas elas originadas da América tropical. Deste total, cerca de 150 são relatadas como nativas da região Centro-Norte do Brasil que é o seu maior dentro de dispersão, sendo utilizadas como ornamento, alimento e medicamento. Das 150 espécies, mais de 60 produzem frutos que podem ser aproveitados como alimentos na forma de doces, licores e refrescos, sendo que Passiflora edulis e Passiflora alata estão entre as mais importantes comercialmente.


>> Indicações e Ação Farmacológica


É indicado em casos de dores de cabeça de origem nervosa, ansiedade, perturbações nervosa da menopausa, insônia, taquicardia nervosa, doenças espasmódicas e nevralgias. Devido aos alcaloides e flavonóides, age como depressor inespecífico do sistema nervoso central, resultando em uma ação sedativa, tranquilizante e antiespasmódica da musculatura lisa. Também tem atividade cardiovascular devido ao fato de diminuir por instantes a pressão arterial e ativa a respiração, deprimindo a porção matriz da medula. A passiflorina é similar a morfina e é um medicamento de grande valor terapêutico como sedativo e que apesar de narcótico, não deprime o sistema nervoso central. E também possui efeitos analgésicos o que justifica o seu emprego nas nevralgias.


>> Toxicidade/Contraindicações É contraindicado em pessoas de hipotensão. Deve-se controlar o uso das folhas na forma de chá, pois existem riscos de intoxicação cianídrica consequente ao uso de doses exageradas. Não há relatos de risco durante a gestação/lactação.


>> Dosagem e Modo de Usar


-Tintura: 5 a 20 gotas, três a quatro vezes ao dia, diluídos em meio copo d’água.



MELISSA

Nome científico: Melissa officinalis L.

Sinonímia Científica: Melissa altissima Sibth e Sm.; Melissa cordifolia Pers.; Melissa foliosa Opiz.; Melissa graveolens Host.; Melissa hirsuta Hornens.; Melissa occidentalis Rafin.; Melissa romana Mill. Melissa bicornis Klokov. N

Nome popular: Melissa, Melissa Verdadeira e Erva Cidreira.

Família: Lamiaceae. Parte Utilizada: Folha e caule Composição Química: Padronizado em 5% de Ácido Rosmarinico, Óleo Essencial: linalol, nerol, geraniol, citronelol, α-terpineol, terpineno-1-4-ol, neral, geranial, cariofilenol, farnesol, 10-epi-α-cadinol, α-cubebeno, α-copaeno, β-burboneno, βcariofileno, α-humuleno, 1,8-cineol, óxido de cariofileno e ocimenos; Flavonóides: luteolol-7-glicosídeo, ramnocitrosídeo, apigenina e quercitrosídeo; Ácidos Carboxílicos: cafêico, clorogênico, elágico e rosmarínico; Taninos; Princípio Amargo; Mucilagens Urônicas.


Planta originária da região que circunda o Mediterrâneo e também a Ásia, Melissa officinalis L., conhecida popularmente como erva-cidreira, é uma planta da família Lamiaceae, arbustiva, que pode atingir de 20 a 80 cm de altura. Os caules, ramificados a partir da base, formam touceiras. As folhas são verde-intensas na parte superior e verde-claras na parte inferior. As flores, quando surgem, são brancas ou amareladas, podendo tornar-se rosadas com o passar do tempo. Toda a planta emana um odor semelhante ao do limão, que se torna mais intenso na planta seca.


>> Indicações e Ação Farmacológica


O ácido rosmarínico da Melissa officinalis é um dos principais componentes implicado com sua resposta farmacológica. É indicada na inapetência(ausência do apetite), na gastrite, nos espasmos gastrintestinais, nas disquinesias hepatobiliares, meteorismo(presença exacerbada de gases no trato gastrointestinal), nas coleocistites, nas diarréias, na ansiedade, na insônia, na hipertensão arterial, na taquicardia, na enxaqueca, na asma, na dismenorréia, em feridas, no hipertiroidismo e herpes simples. Também apresenta efeito sedativo e ligeiramente hipnótico, e antioxidante.


Efeito antiviral: Um ensaio clínico duplo-cego, randomizado e controlado com placebo, avaliou o efeito antiviral do extrato aquoso de Melissa officinalis em 116 pacientes com infecção de HSV (herpes) da pele ou da mucosa de transição. Houve melhora estatisticamente significativa do grupo tratamento em relação ao grupo placebo.


Efeito sedativo: M. officinalis pode modular várias medidas de comportamento, como um moderado sedativo em transtorno do sono, na atenuação de sintomas de desordens nervosas, inclusive a redução de excitabilidade, ansiedade, e tensão. Em estudo pré-clínico em camundongos, foi administrado um extrato hidroalcoólico de folhas de M.oficinalis, houve redução significativa da atividade comportamental em dois testes em comparação com o controle, o que sugere que o extrato apresenta efeito sedativo.


>> Toxicidade/Contraindicações O óleo essencial de Melissa se comporta como neurotóxico e mutagênico em doses elevadas. O linalol e o terpineol produzem um efeito depressor do sistema nervoso central e em altas doses provocam quadros narcóticos. Ocasionalmente pode produzir hipertensão arterial em doses normais por vasodilatação periférica. É contra-indicado o uso de óleo essencial de Melissa durante a gravidez, lactação, para crianças menores de seis anos de idade, pacientes com gastrite, úlceras gastroduodenais, síndrome do cólon irritável, colite ulcerativa, doença de Crohn, epilepsia, afecções hepáticas, doença de Parkinson ou outra enfermidade de cunho neurológico. Não fazer uso tópico em crianças menores de seis anos e pessoas com alergia conhecida a óleos essenciais.


>>Dosagem e Modo de Usar


-Tintura: 2 a 6 ml três vezes ao dia.



MULUNGU

Nome científico: Erythrina vellutina Willd. Sinonímia Científica: Erythrina aculeatissima Desf.; Erythrina splendida Diels.

Nome popular: Bocare, nas Antilhas; Bucare, pericoa, pericoco, na Venezuela; Canivete, corticeira, sananduva, suína ou sauinã.

Família: Fabaceae-Faboideae.

Parte Utilizada. Casca.

Composição Química: Alcalóides, Taninos, flavonóides e isoflavonóide, erivelutinona, 3'-Ometilsigmoidina, faseolidina e homohesperetina. O Extrato pó micronizado deverá apresentar no mínimo 0,5% de Taninos totais.


Árvore decídua, de copa aberta e arredondada, muito floríferas e ornamentais, espinhentas, de 6 a 12 m de altura. Folhas compostas trifoliadas, alternas e folíolos cartáceos, velutinopubescentes, medindo de 3 a 12 cm de comprimento. Flores vermelho-coral, grandes, dispostas e panículas racemosas com raque pulverulenta, formada com a árvore totalmente despida de sua folhagem. Frutos tipo legume (vagem) deiscente, com 5 a 8 cm de comprimento, contendo 1-3 sementes uniformes de cor vermelha e brilhantes. É nativa da caatinga do nordeste brasileiro e Vale do São Francisco, muito ornamental quando em floração sendo ocasionalmente empregada no paisagismo. Ocorrem em outras regiões do país outras espécies deste gênero com características semelhantes e com o mesmo nome popular. Antimuscarínica e depressora do SNC compatíveis com as propriedades preconizadas pela medicina popular para esta planta. Sua análise fitoquímica mostrou também a presença de diversos alcalóides do tipo comumente encontrado nas espécies de Erythrina.


>> Indicações e Ação Farmacológica


Mulungu é popularmente usada no Brasil como agente tranquilizante, foi estudada em ratos em um modelo laboratorial de indução de ansiedade. Os resultados sugerem que Erythrina vellutina exerce efeito ansiolítico especialmente em comportamentos defensivos associados a distúrbios de ansiedade generalizados. Em estudo preliminar com extratos de Mulungu demonstrou que ocorreu atividade antibacteriana do extrato vegetal sobre Streptococcus pyogenes e Staphylococcus aureus. Foi registrada atividade moderada contra todos os microrganismos no teste de concentração inibitória mínima – CIM para o extrato bruto e fração hexano das cascas de E. velutina. Estudos farmacológicos em animais de laboratório constataram uma significativa atividade espasmolítica de seu extrato e atividades curarizante. São atribuídas as preparações de sua casca propriedades sudorífica, calmante, emoliente e peitoral. O infuso da casca é empregado como sedativo e calmante de tosse e bronquites, bem como para o tratamento de verminoses e hemorróidas e, o seu cozimento (decocto) para acelerar a maturação de abscessos nas gengivas.


>> Dosagens e Modo de Usar


- Tintura: de 10 a 20 mL ao dia, dividida em duas ou três doses diárias, diluído em água.



THUYA

Nome científico: Thuja occidentalis L. Sinonímia Científica: Thuja obtusa Moench, Thuja theophrasti C. Bauhin ex Nieuwl. N

ome popular: Tuia, árvore-da-vida,árvore-do-paraiso, cedrinho, ciprestes, tuiaamericana. Chinese thuja (inglês), tuya (espanhol), tuja (italiano).

Família: Cupressaceae.

Parte Utilizada: Folhas.

Composição Química: alfa-pineno, fenchona, flavanóides, glicosídeos de kenferol e quercetol, isotuyona, λ-fenchona, limoneno, acetato de borneol, terpineno-1-4-ol, occidentalol, alcanfor, sabineno, occidol, piperitona, α, β, γ-eudesmoles; taninos; compostos lactônicos, carotenos, azeite essencial, triterpenos, esteróides, açúcares redutores, saponinas, fenóis, aminas, mucilagens e princípios amargos.


Thuja occidentalis foi originalmente cultivada na América do Norte. É uma árvore nativa Europeia com uma altura máxima de 15-20 m. Ela tem características de coníferas piramidais, com ramos achatados e galhos em um plano, tendo folhas de escala-like pequenas. Ao longo de todo o ano, as folhas são verdes, com o lado inferior mostrando um verde mais brilhante, onde as glândulas de resina também residem. Possui pequenos pinos verdes de coníferas marrons contendo as sementes.


>> Indicações e Ação Farmacológica


Usada externamente nas hemorróidas, condilomas, papilomas e verrugas. Tem-se utilizado também para o tratamento dos transtornos menstruais, bronquite, enfisema, asma e parasitoses intestinais. Em Homeopatia é indicada nas verrugas; pólipos; inquietude e agitação; condilomas; úlceras; gonorréia; asma; hipertrofia da próstata; espermatorréia; acne facial, entre outras aplicações. Em estudos pré-clínicos a administração de T. occidentalis aumentou a atividade de células NK, citotoxidade mediada por células anticorpos-dependentes (ADCC) e citotoxidade mediada pelo complemento anticorpo-dependente (ACC) muito mais cedo, do que os animais portadores de tumores do controle. T. occidentalis também diminuiu nível elevado de citocinas pró-inflamatórias, tais como a interleucina (IL) -1β, IL-6, GM-CSF e fator de necrose tumoral (TNF) -α no soro de animais portadores tumor-metastático. O nível de fatores antitumorais, tais como IL-2 e o TIMP foi elevada pelo tratamento com T. occidentalis no soro, que foi reduzido nos animais não tratados portadores de tumor. O estudo sugere claramente que T. occidentalis eficazmente estimula o sistema imune mediada por células e diminui citocinas pró-inflamatórias, inibindo deste modo a metástase das células tumorais. Ao nível tópico, o extrato fluido tem demonstrado ser útil nos casos de verrugas, papilomas e condilomas, aplicandose diretamente sobre a zona afetada e cobrindo com vaselina ou pasta de Lassar. Tem-se mencionado também atividade psicoanaléptica, emenagoga e antihelmíntica das tuyonas. Em solução alcoólica tem-se demonstrado efeito expectorante nos casos de infecções respiratórias, proporcionando uma ação diurética suave.


>> Toxicidade/Contraindicações O efeito tóxico é devido á presença de tuyona. Nas doses terapêuticas de medicações a tuyona presente está abaixo do limite tóxico.


As doses devem ser estritamente respeitadas. A tuyona está presente no óleo essencial, e em altas doses é neurotóxico, desencadeando crises do tipo epileptiformes e tetaniformes, alterações sensoriais, gastrite, cólicas abdominais, taquisfigmia, hipotensão e transtornos psíquicos. É contraindicado na gravidez e lactação, convulsões, doenças autoimunes, lupús, artrite reumatoide, AIDES etc.


>> Dosagem e Modo de Usar


Uso Interno:

- Tintura: 5 a 10 mL de tintura divididos em 2 ou 3 doses diárias, diluídos em água;


Uso externo:

-Tintura: aplicar algumas gotas diretamente sobre verrugas e condilomas.



URTICA DIOICA

Nome científico: Urtica dioica L.

Sinonímia científica: Urtica galiopsifolia Wierzb. Ex Opiz. Nome popular: Urtiga, urtiga-vermelha, urtigão, urtiga mansa, urtiga maior.

Família: Urticaceae.

Parte Utilizada: Casca e lenho.

Composição Química: Extrato padronizado em 0,8% beta sitosterol. Flavonóides, caroteno, sais minerais (potássio, cálcio, ferro, enxofre, manganésio, silício), ácidos orgânicos (cafeico, clorogênico, acético, fórmico e gálico), provitamina A, mucilagens, vitamina C, clorofila, tanino. Os tricomas (pêlos) têm: ácido fórmico, serotonina, histamina (mais de1%) e acetilcolina (de 0,2-1%). Estes compostos encontram-se principalmente na base dos pelos, e quando estes penetram no interior da epiderme, libertam um suco que contem estes compostos. As raízes são compostas por: taninos, linhanos, fitosterois, ceramidas, polifenóis, polissacáridos, sais minerais, lectinas.


Subarbusto ereto, perene, de 40-120 cm de altura, nativo da Europa e subespontânea ou cultivada principalmente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Folhas inteiras, discolores, de 7-15 cm de comprimento. Flores pequenas de cor branca ou amarelada. O pecíolo das folhas e ramos possuem pelos e cerdas com forte ação urticante, causadas pela presença de ácido fórmico e aminas. O fruto é um aquênio com uma única semente.


>> Indicações e Ação Farmacológica


Urtica dioica transformou-se em uma fonte da medicina popular para o tratamento de muitas doenças, dentre as principais indicações de uso para diabetes e para reumatismo. Vários ensaios pré-clínicos confirmam seu uso tradicional no tratamento e/ou na prevenção da doença cardiovascular. Suas flores e folhas são utilizadas como antitussígeno. O chá de suas folhas e ramos é usado para estancar sangramentos.


O consumo das folhas é indicado para dieta alimentar destinada a perda de peso. Esta planta tem sido uma alternativa natural e segura ao tratamento de rinite alérgica crônica. Possui também propriedades antirreumática, antisséptica, bactericida, adstringente, como diurético-depurativo, estimulante circulatório, antianêmico, emenagogo, afrodisíaco, hemostático, estomáquico, vasodilatador e vermífugo. É citado também o uso do extrato aquoso da planta inteira como estimulante capilar. É utilizada como coadjuvante no tratamento prolongado da hiperplasia prostática benigna.


>> Toxicidade/Contraindicações: Contraindicado para gestantes, pacientes com pressão baixa e portadores de edema causado por problemas cardíacos ou renais.



VALERIANA

Nome científico: Valeriana officinalis L.

Sinonímia científica: Valeriana alternifólia Ledeb.; Valeriana angustifolia Tausch ex Host; Valeriana collina Walr.; Valeriana dúbia Bunge; Valeriana excelsa Poir.; Valeriana hispidula Boiss.; Valeriana lucida Hort, ex DC.; Valeriana major Pall.; Valeriana pinnata Gilib.; Valeriana procurrens Wallr.; Valeriana repens Host; Valeriana stolonifera Czern.; Valeriana sylvestris Garsault; Valeriana sylvestris major Tourn.; Valeriana sylvestris Groschke; Valeriana tenuissima Schur; Valeriana versifolia Brueg.; Valeriana vulgaris Bubani.

Nome popular: Valeriana e Baldriana. Família: Valerianaceae.

Parte Utilizada: As raízes e os rizomas.

Composição Química: Extrato padronizado em 0,8% de Ácido Valerênico. Óleo Essencial; ésteres terpênicos (isovalerianato, acetato e formiato de borneol, isovalerianato decariofileno,ıeugenilo e isoeugenilo); monoterpenos (canfeno e pineno); sesquiterpenos ( valerenal e valeranona)); ridóides valepotriatos (destacando-se valtrato e didrovaltrato); GABA; Glutamina; Arginina; traços de Alcalóides (valerina e chatidina); Taninos; Ácidos graxos (palmítico, esteárico, oléico, linolêico, linolênico, araquídico); Fitosteróis (-sitosterol); Ácidos Aromáticos (benzóico, salicílico, isoferúlico, hesperitínico ou 3-hidroxi-4- metoxicinâmico); Ácido Valeriânico; Enzimas (oxidases e lípase).


A Valeriana é uma herbácea perene, forma cepas curtas com raízes divergentes, horizontais, esbranquiçadas com brácteas curtas. Os ramos são redondos estriados, ocos, fistulosos. O rizoma seco contém um óleo volátil de odor distinto e desagradável. A erva fresca não tem nenhum cheiro detectável, porém com a secagem causa a liberação do composto odorífero ácido isovalérico.


>> Indicações e Ação Farmacológica


A Valeriana é indicada na ansiedade; na insônia; na taquicardia; na hipertensão arterial; nas cefaléias; na síndrome do cólon irritável; nos espasmos gastrintestinais; nas parasitoses; como coadjuvante em tratamentos de epilepsia; em contusões; em dermatoses; no stress; na asma e broncoespasmos de origem nervosa. Em Homeopatia é um remédio geral dos espasmos e moléstias histéricas, especialmente na época da menopausa. Hipocondria histérica: susceptível a Insônia, nervosismo, dentre outras aplicações. A atividade terapêutica derivada da Valeriana corresponde fundamentalmente com dois aspectos: antiespasmódico e sedante. Com certeza o segundo efeito é mais valioso na sua utilização na clínica médica, já que existe um sinergismo entre os valepotriatos e o óleo essencial. Os efeitos sedativos esperados com relação à potência farmacológica são menores que os proporcionados pelos benzodiazepínicos e outros compostos similares. Várias experiências demonstraram que a raiz da Valeriana é um excelente indutor do sono em pacientes que não haviam se submetido a outros tratamentos. Assim sendo, um ácido volátil, a valeranona se comporta como um modulador do sono e inclusive participa na diminuição dos níveis de 5-O-Htriptamina e noradrenalina no cérebro de coelhos. As primeiras experiências realizadas com extratos de Valeriana em ratos determinaram diminuição dos reflexos, sedação e diminuição da atividade locomotora, medida através de testes de atividade espontânea. Foi constatada que a diminuição da motilidade nos ratos estava exclusivamente relacionada com os valepotriatos. No entanto, a adição dos óleos essenciais incrementava esse efeito.


Com relação ao ácido valerênico, comprovou-se que é o mais importante dentro da mistura dos óleos que compõem a Valeriana officinalis, com relação à função depressora do sistema nervoso central de acordo com estudos comparativos junto com o diazepam, clorpromazina e pentobarbital. O efeito sedativo foi comprovado sobre pacientes voluntários que apresentavam dificuldade de dormir. A administração de raiz de Valeriana em doses entre 450 e 900 mg provocou uma diminuição no tempo requerido para dormir (com relação ao grupo placebo), menor quantidade de movimentos na cama e sem o clássico “hangover” matinal após despertar, como os apontados por outros fármacos. Diferentes estudos bioquímicos têm demonstrado que o ácido valerênico inibe sistema enzimático central do GABA. O aumento deste se associa a uma diminuição da atividade do SNC. No entanto, a ação sedativa dos extratos totais da raiz de Valeriana sobre os receptores GABA-A estaria sujeita a uma interação de vários compostos entre eles o ácido gama aminobutírico e alguns outros que ainda estão sendo investigados. Neste sentido, tem-se comprovado que plantas que atuam sobre os receptores GABA-A (camomila, maracujá e valeriana) apresentam dois tipos de substâncias capazes de tal associação: algumas não eram reconhecidas como anticorpos específicos antibenzodiazepínicos, enquanto que as outras sim, o qual indica que estas últimas deviam ser muito similares aos benzodiazepínicos. Com relação à atividade antiespasmódica, a mesma já havia sido observada no ano de 1957. As primeiras evidências atribuíam esta ação somente aos óleos essenciais. Posteriormente já se pensava que era apenas dada pelos iridóides valtrato e didrovaltrato. Porém anos mais tarde pôde-se comprovar por provas in vivo sobre óleo de porquinho da Guiné, que outros componentes também participam desta atividade valtrato 8 a, isovaltrato e dihidrovaltrato 9 a, assim como o óleo essencial.


>> Toxicidade/Contraindicações: As doses orais são bem toleradas em geral. Nas doses usuais. Devido a sua ação sobre o sistema nervoso central, não se recomenda seu uso prolongado já que pode provocar dependência. Para alguns constituintes da Valeriana foi avaliada a sua DL (Dose letal) 50 que segue: Óleo Essencial: 15g/kg; Extrato Etanólico: 3,3 g/kg intra-peritoneal; Valeranona: > 3 g/kg oralmente administrado de forma aguda em ratos e Ácido Valerênico: aproximadamente 300 mg/kg intraperitoneal em ratos. Alguns estudos expressaram atividade citotóxica dos valepotriatos.. Esta citotoxicidade foi demonstrada in vitro, mas não in vivo, em doses de 1350 mg/kg. É contraindicado o uso durante a gravidez e lactação (devido ao óleo essencial). Não tomar junto a outros depressores do sistema nervoso central, pois o efeito pode se potencializar.


>> Dosagem e Modo de Usar


- Tintura: 30 a 60 gotas, de uma a três vezes ao dia;


Bibliografia: Material do Fornecedor | Florien



A sua saúde em boas mãos.



Fonte: Articulista Natália F. Jonas (Instagram @nfeksa)

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